O concreto é uma das melhores invenções da construção. Sua versatilidade permite o uso em praticamente todas as obras, independentemente do tamanho da estrutura. Quanto à aparência do concreto, o mais comum é encontrarmos o material em seus tons naturais de cinza. Mas já existem no mercado outras alternativas para inovar e dar um toque especial de cor à sua obra.
Ainda pouco utilizado pelos profissionais brasileiros, o concreto colorido ou pigmentado é ideal para pisos, calçadas, marcações de áreas específicas e fachadas. Atualmente, são os projetos de reurbanização que mais fazem uso do material. As cores mais vistas são o ocre, o vermelho e o marrom, mas os corantes em verde e azul já começam a aparecer também.
Por ser uma técnica complexa e envolver custos mais altos de produção, a decisão pelos diferentes tons depende de diversos fatores de composição para alcançar o pigmento necessário. O fato é que a combinação adequada da técnica à estratégia visual garante resultados incríveis para o projeto.
Como é feita a pigmentação?
O processo deve ser realizado diretamente na betoneira, um equipamento que você pode conhecer em detalhes neste artigo. O indicado é misturar de um a um quilo e meio de corante a cada cinquenta quilos de cimento, mas é muito importante contar com especialistas para definir essa dosagem e evitar problemas como a eflorescência, caracterizada pelos cristais brancos que surgem na mistura. Os tipos de cimento mais indicados são o ARI e o Pozolânico.
Teoricamente, o concreto pigmentado tem o mesmo desempenho do convencional, mas sua qualidade depende de um maior controle técnico, desde a produção da massa até a execução da estrutura, a fim de garantir que a resistência do material não seja comprometida pela aplicação da cor.
Outro ponto de atenção fundamental é a homogeneidade. O pigmento precisa ser agregado à massa por inteiro para depois começar o processo de vibração. O tempo de cura indicado gira em torno de sete dias, umedecendo, pelo menos em dois deles, com quantidade de água suficiente para cristalizar totalmente o cimento. Ao final, pode-se aplicar um verniz incolor ou acrílico como proteção mecânica.
Usar ou não usar?
Antes de optar pela utilização do concreto pigmentado, é importante conhecer suas vantagens e desvantagens. Pra começar, seu custo pode ser até três vezes maior em relação ao convencional e sua elaboração é bem mais difícil porque exige dosagens precisas, sem diferenciação de tons.
A composição incorreta de pigmentos, água ou cimento pode alterar as propriedades do concreto e aumentar a chance de eflorescência, que se torna mais comum quanto o material fica poroso e mal compactado. Nesses casos, o efeito fica comprometido, mostrando coloração apagada ou esbranquiçada na superfície da peça.
Vencidos os desafios técnicos, a beleza estética do material é apenas uma das vantagens. O uso do concreto colorido pode reduzir uma das etapas da obra: o revestimento.
O que diminuiria o tempo de execução do projeto e amenizaria a diferença nos custos finais. Sem revestimentos, como pastilhas ou a própria pintura, a estrutura apresenta maior durabilidade e diminui a necessidade de manutenção. Outros diferenciais são a boa resistência contra a poluição, ação solar e demais intempéries.
E então, gostou da novidade que pode transformar nossas grandes cidades, conhecidas como selvas de concreto, em espaços cheios de cor?