O Brasil é um dos países que mais sofrem com os acidentes de trabalho, figurando na 4° posição do ranking mundial. Tratando-se do ramo da construção, o cenário não é diferente, na medida que ainda existem muitas vítimas de acidentes nos canteiros de obras. Nesse contexto, discutir sobre a importância da segurança do trabalho na construção civil torna-se indispensável.
Segundo levantamento do último triênio (2014, 2015 e 2016), o segmento da construção civil representou cerca de 7,5% de todos os acidentes sofridos nas mais variadas áreas de trabalho. Essa porcentagem corresponde a mais de 150.000 ocorrências de acidentes, o que evidencia ainda mais a necessidade de difundir informações acerca de medidas de segurança.
Neste post, destacamos alguns parâmetros relevantes sobre segurança do trabalho na construção civil para que você fique por dentro do assunto. Então, continue a leitura e saiba mais!
Equipamentos de Proteção Individual — EPI’s
Basicamente, toda construtora tem o dever de:
disponibilizar, em bom estado, todos os EPI’s para seus colaboradores;
repor os equipamentos sempre que necessário e sem custo adicional;
fiscalizar seus colaboradores e garantir o uso do EPI;
instruir quanto à utilização e manutenção correta do EPI.
Um dos principais causadores de acidentes de trabalho está relacionado ao fato de empresas negligenciarem os EPI’s. O seu uso adequado é bastante relevante, uma vez que eles são capazes de influenciar diretamente a redução dos números de acidentes.
Programas de segurança do trabalho
Adotar programas de segurança do trabalho e aplicá-los na rotina de um canteiro de obras pode ser considerada uma das principais medidas de prevenção de acidentes, já que grande parte dos outros parâmetros de segurança são elaborados a partir desses programas.
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)
A finalidade desse programa é assegurar a saúde do colaborador que trabalha em locais onde há elevadas concentrações de agentes biológicos, físicos ou químicos. Como ruídos, poeiras, fumos, vibrações e oscilações térmicas estão presentes no canteiro de obras, elaborar um bom PPRA torna-se essencial tanto para a garantia da saúde dos empregados quanto para a qualidade do serviço.
São atribuições do PPRA:
registrar e divulgar dados;
implantar parâmetros de controle e avaliar sua eficácia;
monitorar os riscos e a exposição dos colaboradores;
estabelecer questões prioritárias e metas de controle e avaliação.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
Caracterizado por ser um dos programas mais conhecidos e adotados, a CIPA nada mais é do que uma equipe composta por colaboradores da própria empresa. Seu objetivo é debater assuntos relacionados às situações de risco presentes no local de trabalho, a partir de encontros mensais.
Dessa forma, é de responsabilidade da CIPA mensurar e neutralizar (e se possível eliminar) todo e qualquer risco. Cabe a ela averiguar também as seguintes questões:
organizar e convocar colaboradores a participarem de encontros mensais e viabilizar voz ativa a todos;
encontrar os riscos presentes nos locais de trabalho com a participação de toda a equipe;
discutir sobre todas as ocasiões de risco que foram reconhecidas naquele período;
realizar verificações periódicas nos locais considerados como de risco, com o objetivo de garantir o controle dele.
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)
O PCMSO é um programa elaborado para aperfeiçoar os parâmetros de segurança do trabalho, sendo o responsável por mapear todas as áreas que potencialmente possam oferecer riscos ao colaborador. Esse mapeamento é realizado a partir de diagnósticos precoces de enfermidades originadas do trabalho, isto é, o PCMSO busca antecipar-se ao surgimento de doenças nos empregados.
Também é responsabilidade dele garantir ao colaborador a realização dos seguintes exames:
de retorno ao trabalho;
de eventual mudança de função;
demissional;
admissional;
periódico.
Treinamento externo
As táticas e os padrões de segurança adotados para uma determinada tarefa no presente podem já não ser os melhores daqui a alguns meses. Como constantemente há novos modelos de EPI’s, bem como o surgimento de novas técnicas de medidas preventivas, a busca de informações por meio de seminários, workshops e consultorias é fundamental para manter-se atualizado.
Treinamento interno
Além de buscar atualização no meio externo, é preciso que os colaboradores também fiquem cientes das tendências de segurança. Realizar reuniões periódicas com intuito de capacitar a equipe de trabalho acerca de áreas de risco, de uso correto de EPI e de primeiros socorros é importante para a redução do número de colaboradores que se acidentam no canteiro de obras.
Organização no canteiro de obras
Por mais difícil que seja manter a organização do canteiro de obras (devido principalmente à logística de insumos e à dinâmica operacional), esse é um quesito que igualmente não deve ser negligenciado.
Isso porque áreas mal ou não sinalizadas (fundações, fontes de energia, maquinário etc.) e estocagem inadequada de material são fatores que impactam na incidência de acidentes de trabalho, esteja o colaborador usando ou não o devido EPI.
Setor de Segurança do Trabalho
É de responsabilidade do setor de Segurança do Trabalho garantir a aplicação de todas as medidas preventivas abordadas acima, ou seja, investir em seu desenvolvimento e infraestrutura são essenciais.
Contratar técnicos e engenheiros em segurança do trabalho, bem como capacitá-los, é sinônimo de garantia de controle de riscos, visto que são esses os profissionais que monitoram todos os parâmetros acerca de segurança do trabalho na empresa em questão.
Infelizmente, muitas construtoras não dão a devida atenção para as medidas preventivas de segurança — o que só intensifica o número de vítimas. Essa negligência por parte das construtoras se dá principalmente devido a questionamentos em relação à perda de tempo na produção (no caso, para realizar treinamentos) e à falta de capital (para capacitar colaboradores e adquirir os EPI’s, por exemplo).
Vale ressaltar que essas medidas preventivas podem impactar diretamente na redução do número de acidentes e jamais devem ser encaradas como um custo, mas sim como um investimento. Isso garante a segurança do trabalho na construção civil e também assegura a continuidade da produção e a qualidade de execução das tarefas.
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